segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Este fim-de-semana

Este foi um fim-de-semana complicado e com momentos bons, maus e muito maus.
Sábado começou com um funeral. Coisas da vida, digo eu, inevitáveis.
Foi um funeral estranho, com imenso tempo de reflexão e silêncio.
Deixei-me  ir abaixo, como já há muito tempo não acontecia.

Todo aquele silêncio na igreja, toda a envolvente da igreja, o tempo exagerado a levar com sol na cabeça, com todas aquelas campas à minha volta, quebraram-me.
Uma saudade avassaladora da minha avó materna bateu forte e não consegui conter-me. Até o ar me faltou.

A verdade é que eu não tive oportunidade de despedir-me dela. Sofreu um acidente vascular-cerebral e ficou cerca de meio ano, presa a uma cama, sem falar, sem andar, num estado semi-vegetativo.
As únicas respostas que tínhamos dela era virar o olhar na nossa direcção e, de vez em quando, um ligeiro aperto na mão.

Era extremamente difícil vê-la naquela situação e confesso que evitei entrar naquele quarto o mais que pude. A imagem que guardo da minha avó é completamente diferente: sentada no seu banquinho, com as costas encostadas ao relógio da sala, a fazer renda. Panos e colchas lindíssimas. E um sorriso grande, quando via os netos. Contava-me histórias dos seus tempos de nova e também histórias dos tempos de criança da minha mãe.

Não tive oportunidade de me despedir, se calhar ninguém tem essa oportunidade. Sinto imensa falta dela. Imensa.
E toda essa saudade veio ao de cima este Sábado de manhã.

Fomos almoçar fora, até tive direito a um miminho da minha cara-metade. Voltámos para casa e entregámo-nos às limpezas. O nosso extractor na cozinha estava mesmo a precisar de uma limpeza profunda. Há mais de oito anos que não era limpo.
Jantámos com os meus pais e ficámos na conversa até às onze.

Domingo acordámos já passava do meio-dia. Tratámos de digitalizar uma série de fotos da nossa família, para um projecto que temos em mãos e fomos jantar com os meus sogros.
Quando regressámos a casa, dedicámo-nos à culinária. Fizemos muffins, bolachinhas de cacau e bolachinhas de laranja. Tudo isto para termos lanches garantidos durante a semana, mais baratos do que os que se compram nas confeitarias e também, espero eu, mais saudáveis.

Quando terminámos, perto da meia-noite, ainda fomos ver uns episódios de Anatomia de Grey.
Hoje foi complicado acordar. Ainda há horas de sono para pôr em dia.

As receitas são boas e correu tudo bem. Só os muffins podiam ter ficado melhores, se o chocolate não tivesse ficado colado ao fundo das formas. Para a próxima já sabemos como temos de fazer.

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